sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

Diário de Viagem, capítulo dois

No meu último post, datado de 11 deste mês, disse que voltaria no dia seguinte para continuar com os relatos sobre minhas viagens pelo Nordeste. De fato, essa era minha intenção, mas vocês não sabem o que me aconteceu (não sabem mesmo, ainda não contei).

Não foi nada demais. Fiquei em Tambaba e estava convencido a me mudar para lá, estava até querendo comprar um estabelecimento e transferir minha padaria para a região. A bronca foi que, ontem, a Vigilância Sanitária começou a frescar quando descobriu meus planos de fazer pão nu. Disseram que, se achassem cabelo/pentelho no pão, meus dias de padeiro estavam acabados.

Triste e decepcionado, deixei o paraíso. Não sabia para onde ir. Peguei a estrada sem rumo certo, quando me dei conta, estava perto de Catolé do Rocha, terra de Chico César. Parei numa lan-house (empreendimento da família de Chico César) no intuito de postar no blog o que havia se passado, mas eis que, numa busca na wikipedia, descobri um curioso local: Governador Dix-Sept Rosado, mais acima, na divisa entre o Rio Grande do Norte e o Ceará.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Governador_Dix-Sept_Rosado

Não bastasse esse nome peculiar (Dix-Sept era o 17° filho de um excêntrico coroné que achava bonito os números em francês), GDSR tem inúmeros atrativos, a saber:

* Pracinha Central — todos os dias à noite, sobretudo nos finais de semana, a praça ficada lotada de pessoas que alegremente conversam e mostram suas roupas novas (minha chance de estrear aquela camisa "tem um corno me olhando");

* Lar doce Lar — antigamente administrada por Dona Pirema, hoje tem a administração de Neto (ex-serralheiro) onde pode-se tomar cerveja gelada e não se precisa esperar 3 horas por um lanche; (chupa McDonalds!)

* Beira Rio do Onézio — outro importante balneário onde a elite boêmia do município se reúne para comer "vaca atolada" com cerveja quase sempre gelada, mas sempre escassa. (cerveja gelada é para os fracos)


Além disso, há personagens como:

* João Doido — para além das dúvidas, um dos grandes concorrentes ao prêmio de principal personagem folclórico da cidade. Trata-se de um senhor já em idade, que vive bêbado (ou fingido de) nos cantos da cidade, sempre dançando, fazendo palhaçada ou interagindo com os transeuntes; (ÍDOLO desde JÁ! Tenho que tomar um goró com esse cara)

* Dilvan (Cabeção) — flamenguista doente e mantenedor da antiga "toca do cabeção", onde aos domingos se oferecia shows. Atualmente mantém um bar em sua residência onde os boleiros da cidade assistem os jogos não transmitidos pela televisão aberta. O lugar é popularmente conhecido como a "Gávea", por ser reduto de flamenguistas; (Quero que os times do Sul/Sudeste se explodam, mas nesse caso abro uma exceção e minhas raízes portuguesas falarão mais alto. Vou gritar: Vasco! Vasco! só pra chatear. Fazer amigos é uma arte)

* Ubirajara — mantém um reduto boêmio ao lado da Gávea. É um personagem muito conhecido entre os apreciadores de cachaça. Todos os dias seu ponto lota na hora do almoço, quando seus clientes tomam aquela cachacinha para abrir o apetite; (vai ser nesse "reduto boêmio" que beberei com João Doido)


É isso. Estou deixando Catolé do Rocha agora. Não sei quando chego em GDSR, mas eu chego. Quem sabe não é lá que eu monto minha padaria?


Um comentário:

Jogue o fermento, bata a massa e bote pra descansar. Depois leve ao forno e pronto: meta sua tabicada.